O pêndulo, sem saber, balanceia,
O relógio não se embaraça.
Mostra que a noite, cruel, não passa.
Passa o tempo, sempre nov’e meia.
Ponteiros quedos formam uma teia,
A noite sem fim uma ameaça
Com aquela nova que se fez massa
Em terra viva de breu sem candeia.
Pudera vir-me em sorte a graça
De não haver de ti só tempos breves:
Deixam a bruma que tudo embaça.
Sabes que tu me açoras sem sebes,
Que quero tanto estar na tua taça,
Mas não sou eu o vinho que tu bebes.
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