Os últimos dias dos meses de Dezembro são sempre de retrospectiva do ano que finda e de formulação de desejos e resoluções para o ano que se aproxima.
A retrospectiva tem pouco que se lhe diga. Foi-se a troika, mas ainda não sabemos quanto tempo mais estaremos e seremos troikados. Foi um ano menos saudável. Mas foi um ano com melhor trabalho. Faltaram algumas coisas. Pouco interessa para aqui.
Interessa mais o ano de 2015. Não se pode fazer muito relativamente ao ano que passou. Para 2015, desejo mais tempo. Mais tempo para gozar o tempo. Melhor tempo. Menos tempo perdido. Que o tempo não tenha sido perdido. Que nos deixem descansar, que nos deixem respirar, recuperar do sufoco. Quero que as minhas ucronias deixem de o ser. Não muitas: só duas.
No próximo ano, espero sentir que governamos quem nos governa. Espero que não sejam colhidas laranjas azedas nem rosas murchas e com mais espinhos do que pétalas; que as setas apontem para o alvo certo; que a foice não seja metida em seara alheia e que o martelo não bata senão em pregos; que a estrela não seja um buraco negro; que a papoila não cause euforias ou hipnotismos.
Espero que, nos próximos doze meses, tudo o que seja dourado reluza e tenha valor, mas que não encandeie. Espero sentir-me menos detido do que alguns detidos; menos afundado; menos rico que certos leopardos.
Em 2015, espero ter a certeza que vou, que vamos, passar bem em 2016.
Feliz ano novo!
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