domingo, 11 de maio de 2014

A Europa aqui tão perto

Há cerca de seis semanas, listei os meus desejos para a campanha eleitoral para os lugares no Parlamento Europeu. A campanha começará oficialmente amanhã. Na pré-campanha, eles não me foram regalados. Sê-lo-ão nas próximas duas semanas? Fica aqui o rol.


"As próximas eleições para o Parlamento Europeu são já daqui a dois meses. Escassos dois meses, o que significa, em Portugal, estarmos já em pré-campanha eleitoral. Mais ainda, até, por serem já conhecidos os cabeças-de-lista das forças políticas que, habitualmente, são mais votadas.

É inegável que estas são as eleições europeias mais importantes desde que os lugares em Estrasburgo são plebiscitados. E, por isso, todos os tempos de antena não serão de mais para se debater o que realmente importa. Mas serão de mais se abordarem temas que nunca farão parte da ordem de trabalhos no hemiciclo cianótico.

Nestas eleições, não quero ver discutido um compromisso entre a São Caetano à Lapa, o Largo do Rato e o Largo Adelino Amaro da Costa para os próximos cinco ou dez anos; quero saber como se podem concertar esforços entre os países mais afectados pela crise na UE. Não quero ver pleiteados os cortes nas pensões ou o aumento das taxas moderadoras ou das contribuições para a ADSE; quero ver debatidos fundos para a criação de emprego na Europa. Não quero ver abordada a Reforma do Estado já feita ou por fazer; quero ver idealizada a reforma das instituições europeias. Neste sufrágio, não quero fazer uma avaliação ao actual Governo Português; quero estar apto a escolher o próximo presidente da Comissão Europeia. Não quero ver os partidos da esquerda portuguesa dirimirem-se entre si por incapacidade de concertação; pretendo ver denodados anseios em impedir o evidente recrudescimento de forças extremistas.

O termo "União" desta União Europeia é apenas um epíteto. As suas fundações são mais frágeis do que as da Baixa Pombalina. Comecemos agora a reforçá-la. Reforçá-la ou demoli-la, consoante o que cada um de nós acredita ser o melhor para si e para a comunidade onde se insere. Mas cinjamo-nos ao que está realmente em discussão. Escolhamos os nossos representantes de acordo com as capacidades que terão no local que irão ocupar. A divergência relativamente aos temas que interessam directamente para os boletins de voto de 25 de Maio será tão perniciosa quanto a divergência entre os Estados-membro da UE."

Sem comentários:

Enviar um comentário