quarta-feira, 7 de maio de 2014

Treinador ao lado

A minha inquietude que se segue é futebolística. E apenas cingida ao meu clube.

Sendo inegável que a época 2013/2014 já terminou no reino do Dragão, penso que faz todo o sentido começar o primeiro jogo da pré-época de 2014/2015, logo contra o campeão em título, já com o treinador escolhido.

Era para mim evidente que o treinador não poderia ser Luís Castro. É verdade que, quando este assumiu o comando da equipa principal, não se lhe podia, em perfeito juízo, pedir a revalidação do título nacional. Mas pedia-se mais, muito mais, na Taça de Portugal e na Liga Europa. Não é o único responsável pelo insucesso da equipa, mas não foi capaz de tirar dela tudo o que esta podia dar.

Assim, era urgente escolher o treinador seguinte. Fosse eu presidente da SAD e o perfil do técnico teria de ir ao encontro dos seguintes requisitos:

  • estrangeiro (conhecedor da história e da responsabilidade do clube, mas com conhecimento reduzido dos jogadores do plantel, de modo a não se deixar influenciar por "intocáveis");
  • cerca de meia dúzia de competições conquistadas, ou seja, saber e querer jogar para ganhar, mas querer ganhar ainda mais, não vir para o clube já com estatuto elevado para uma possível reforma dourada;
  • experiência razoável na Liga dos Campeões, tendo já ultrapassado algumas vezes a fase de grupos.
Há, certamente, vários nomes que encaixam nesta curta lista. Os meus favoritos seriam, por ordem decrescente: Simeone; Gus Hiddink, Jurgen Klopp e André Villas-Boas (este não cumpre todos os requisitos, bem sei, mas estou convencido que voltaria a ter sucesso rapidamente no clube). Julen Lopetegui não é quem o clube precisa. Espero estar enganado, e cá estarei para o reconhecer se isso acontecer, mas não auguro um bom futuro imediato.

Lopetegui nunca jogou a Liga dos Campeões. Lopetegui nunca esteve num local onde, durante todos os dias da época, tivesse que estar sempre a pensar em terminar, no final, no primeiro lugar. Lopetegui nunca esteve num clube onde tivesse que pensar em vencer três ou duas competições na mesma época. Lopetegui nunca esteve num local onde tivesse que controlar alguns vedetismos ou desempenhos poupados de jogadores a pensar em jogos das suas selecções. Lopetegui é um vencedor comprovado em competições de selecções jovens. Nada mais. Uma coisa é reunir algumas vezes um grupo de miúdos que se vão destacando durante a sua formação, outra é estar diariamente com jogadores feitos.

A SAD do Porto tem que parar de pensar em conseguir maiores-valias com os treinadores do clube. O FC Porto, mais do que nunca, precisa de um treinador "de peso", experimentado, que mande no plantel por dentro e o defenda por fora. E isso custa dinheiro. Mas, para fazer dinheiro, é preciso gastar dinheiro. Um André Villas-Boas aparece uma ou talvez duas vezes numa vida. Mas o FC Porto, se quiser continuar a vencer, não pode passar a vida a procurá-lo novamente!


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